Assim como as mulheres, os homens também passam por um declínio da produção hormonal (testosterona), podendo associar-se a sintomas típicos desse déficit hormonal. Este processo é conhecido erroneamente como andropausa, uma vez que apesar de reduzida, a produção hormonal ainda se mantém (diferente das mulheres, em que a produção cessa). Dessa forma, o termo mais adequado é conhecido por Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino. Se inicia após os 40 anos, e nem todos irão apresentar os sintomas característicos da DAEM. Sabe-se que a testosterona cai 1-2% ao ano em homens acima de 40 anos, com incidência estimada em 2-6% em homens de 40-79 anos.
Quando manifestados, os sintomas mais comuns são redução do desejo sexual, menos ereções espontâneas, como aquelas que ocorrem durante o sono e ereções matinais, redução da fertilidade. Mudanças físicas, como o aumento da gordura corporal, a redução da massa e da força muscular, diminuição da densidade óssea, inchaço na região dos mamilos e perda de pêlos são outros sintomas. Ainda pode-se observar mudanças emocionais, como a diminuição da motivação ou a autoconfiança e, com isso, tristeza e problemas de concentração e memória, insônia ou sonolência aumentada.
A avaliação laboratorial do homem com suspeita de DAEM é extremamente importante e específica, mas não é a única relevante. O quadro clínico deve ser avaliado conjuntamente para então se decidir pelo tratamento. A mensuração da testosterona no sangue é um parâmetro a ser estudado, mas não isolado. O perfil hormonal completo e eventualmente exames de imagem são essenciais na avaliação.
A mudança do estilo de vida está associada a melhora dos níveis de testosterona, principalmente se for secundário a obesidade, devendo anteceder a terapia de reposição hormonal. A reposição hormonal com testosterona (TRT) pode ser feita por via oral, transdérmica ou através de injeções quinzenais, mensais ou até trimestrais, dependendo da medicação usada. A TRT, quando bem indicada, oferece benefícios em relação à composição corporal, ao controle metabólico (com redução do percentual de gordura, aumento de massa magra), parâmetros sexuais e psicológicos.
Apesar de haver preocupação quanto ao desenvolvimento de câncer de próstata secundário a reposição com testosterona, não existe evidência científica que corrobore esse fato, entretanto é um tema de estudo recorrente. Dessa forma, é extremamente importante o seguimento com Urologista para decisão sobre o início da terapia de reposição hormonal.